«Testemunho do estético» é um espaço dedicado às categorias estéticas da vida ou, como diria Valéry, àquilo que "se destaca da desordem comum do conjunto das coisas sensíveis". Visa, sobretudo, dar testemunho daquilo que está em movimento de de-formação, provocando um sobressalto simultaneamente íntimo e público. O valor estético, que toca igualmente o sensível e o secreto, convida a um outro modo de presença cívica.
sexta-feira, outubro 03, 2008
Esta é uma das mais antigas fotografias conhecidas. Mas é, verdadeiramente, um exemplo daquilo que conhecemos como «fotografia»?
Durante muito tempo atribuída a William Henry Fox Talbot, pensava-se que dataria de 1839 ou um pouco mais tarde. Na verdade, investigações recentes fazem-na remontar à última década do século XVIII. Produzida no círculo de Henry Bright, através do contacto de papel revestido com nitrato de prata, estamos aqui perante uma imagem entre épocas, uma imagem cuja dimensão poética é tão perfeita e fresca como as nervuras que vemos na folha.
O tempo faz-se sentir na presença daquilo que não era esperado. E quando, sobretudo, o seu processo de gravação não está ainda absorvido pela história particular das técnicas, mas pertence a uma história que cruza matérias, olhares e tempos que estávamos habituados a separar.
Subscrever:
Mensagens (Atom)